Prémio Yorn MotelX - curtas nacionais em competição
A Herdade dos Defuntos, Patrick Mendes (2013)
Patrick Mendes apresenta-nos um trabalho filmado em Super 8mm onde um moribundo, debaixo de um sol abrasador, que desfalece por desidratação e se torna torna prisioneiro de uma mulher obesa, vestida com fato-de-macaco. O ambiente onde decorre a acção apresenta desolação total. Uma referencia ao estado em que nos encontramos onde o abuso de poder sobre os mais desfavorecidos e sem possibilidades de de defenderem é constante.
by: António Carlos Castro (geral@portugalfantastico.com)
Bilis Negra, Nuno Sá Pessoa (2013)
O que farias para conseguir a fama?
O Desespero, Rui Pi lão (2013) - Vencedor menção honrosa MotelX 2013
Longe do Éden, Carlos Amaral (2012)
"Longe do Éden" de Carlos Amaral apresenta-nos uma história de esperança num cenário pós-apocalíptico sem vida, onde um homem procura chegar ao Éden, um local onde a vida poderá recomeçar. A história em si não trás surpresa , sendo esta a premissa normalmente utilizada neste tipo de filme (I'm Legend, The Road). Sobressai aqui sim a fotografia do excelente Paulo Castilho e o trabalho a nível artístico dos cenários com a utilização soberba de mattepainting que nada fica a dever às produções de Hollywood.
by: António Carlos Castro (geral@portugalfantastico.com)
A mulher é a personagem deste filme experimental do realizador João Seica, mudo e com uma composição musical que rompe com o silêncio e incomoda o espectador. São 3 mulheres que transmitem a intenção que o realizador quer fazer chegar. O realizador escolheu fazer planos muito intimistas destas 3 mulheres, para mostrar ao espectador o peso que tem chegar à perfeição e de aceitação na sociedade. A mulher é vitima deste medo, está em constante desassossego, é rejeitada por si e por consequência a sua imagem sofre mutações e muitas delas prejudicam o seu bem estar. Deixo aqui uma frase dentro do contexto para reflectirmos de Dalai Lama: "...não precisamos de mais sucesso e fama, não precisamos do corpo perfeito. Agora mesmo, neste exacto momento, dispomos da mente, que é todo o equipamento básico de que precisamos para alcançar a plena felicidade."
by: Ana Carrilho (ana.carrilho@portugalfantastico.com)
"Monstro" resulta de um trabalho académico de Alex Barone, e apresenta-nos um grupo de assaltantes que, em conjunto com um individuo misterioso e silencioso, procedem a um assalto a uma loja de conveniencia. Quando o assalto parece estar a correr como o previsto, três personagens inesperadas entram em cena e o individuo misterioso entra em acção.
Apesar da história não nos trazer nada de novo, o filme vale por alguns movimentos de camera interessantes que nos envolvem no ambiente do assalto, bem como o som intenso e penetrante utilizado que ajuda a criar um clima de angustia e suspense
by: António Carlos Castro (geral@portugalfantastico.com)
Nico - A Revolta, Paulo Araújo (2013)
"Há muitos animais.... Mas uns são mais animais do que outros"
O Coveiro, André Gil Mata (2013) - Vencedor Yorn MOTELx 2013 - Melhor Curta de Terror Portuguesa
A narrativa de "O Coveiro" transporta-nos para um conto poético dentro de um ambiente soturno que nos transporta para os filmes de terror dos anos 20. A história de um ser tão horrivel em aspécto que provoca a morte de sua mãe , do seu pai mas que no final acaba por se tornar o "principe" encantado que acorda a bela adormecida de um sono de uma vida.
Esta curta vale pela técnica que associa a animação à imagem real e pelo ambiente criado semelhante aos filmes de terror dos anos 20
by: António Carlos Castro (geral@portugalfantastico.com)
Este trabalho do realizador Miguel Angelo, conta com a participação de duas actrizes conhecidas do público, Sara Barros Leitão e Marta Andrino, e são elas que contam nos a história de duas irmãs que vivem uma relação pouco comum. Depois da morte da mãe , estas duas irmãs sobrevivem num apartamento. Uma delas padece de uma condição da mente humana caracterizada por comportamentos pouco comuns que acompanhamos na narrativa. Estes comportamentos compulsivos são direccionados à irmã, não obstante não deixa de sentir amor por ela. Nesta narrativa coexiste uma linha ténue entre o conceito do mal e do bem. A actriz Sara Barros Leitão dá corpo a esta personagem mais instável com uma brilhante interpretação que espelha a loucura e o medo do abandono. A sua obsessão torna-se impulsiva e capaz de cometer atrocidades. Em nenhuma altura a personagem Joana compreende que está a magoar a irmã, pelo contrário sente prazer porque acha que está a ajudá-la. Como dizia o poeta John Dryden, "há na loucura um prazer só os loucos conhecem".
by: Ana Carrilho (ana.carrilho@portugalfantastico.com)